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Embaúba: da família botânica Urticaceae, trata-se de um gênero presente em quase todos os biomas do Brasil. Essa distribuição tão heterogênea é natural, já que as embaúbas são espécies pioneiras. E ser pioneira é uma responsabilidade enorme…

No processo de formação florestal, as Embaúbas saem na frente. Com suas características de alta resistência ao sol intenso e ao solo, ainda pobre em nutrientes, seu papel é essencial para criar as condições adequadas de vida para outras árvores, que estão por vir. As espécies pioneiras têm vida próspera e abundante e estão em constante interação com o ecossistema. Algumas espécies desenvolvem folhas com coloração peculiar, que transformam sua copa em estrelas da mata.

Que imagem potente para a força pioneira! Ao longo da minha carreira executiva e, mais recentemente, como consultora de desenvolvimento, tive o privilégio de conhecer e conviver com pioneiras e pioneiros em diferentes organizações. Pessoas com qualidade de sair na frente, trazer calor e nutrir relações, com clara orientação para o cliente, sustentar períodos de enorme escassez de recursos e seguir inspirando e revelando um sonho ambicioso e cheio de significado.

Com dedicação, resiliência e maestria, essas pessoas vão superando os desafios até que o sonho se torna realidade. E agora? Que qualidades são necessárias para levar esse sistema para um novo ciclo? O que fazer com a força pioneira? Ouço muitos relatos genuínos sobre esse dilema: “Sou empreendedor, essa é a minha fonte de realização.” Voltar-se para dentro e oferecer estrutura para que esse sistema cresça de forma sustentável, parece não motivar. Nessa transição, muitos paralisam, endurecem, resistem, ignoram, gerando impacto em diversas dimensões e, principalmente, nas pessoas.

É preciso encarar esse dilema e agir com coragem, reconhecendo que as organizações se desenvolvem, como organismos vivos. No fundo, no fundo, é preciso sair na frente e buscar o novo, para si próprio, e para a organização.

Ser pioneira, de fato, é uma responsabilidade enorme.

Por Carla Barretto