Déjà-vu!

Passado um ano do primeiro lockdown e apesar de alguns fatos muito similares, será que vivemos exatamente a mesma situação?
Com certeza não!
Como escreveu Heráclito, “ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou”.

A reflexão que oferto se centra na modificação deste ser – o EU.

Ainda precisaremos de alguns anos para entender o evento do século, mas pelo menos podemos fazer alguns pit-stops no caminho e refletir o que a vivência destes meses gerou em cada um de nós.

Em meus trabalhos percebo vários indivíduos despertando de um coma que se perpetuava na inércia de suas vidas, sendo empurrados para um corner de decisões inéditas, não presentes nos livros, MBAs e vivências prévias.

Para complicar, o julgamento da sociedade acontece imediatamente com repercussões para a reputação da organização. Este processo decisório mais abrangente trouxe novos impactos para distintos stakeholders e já não basta gerar o lucro do acionista.

É um convite para o desenvolvimento de uma visão mais holística que revela a verdadeira identidade e cultura da empresa.

Vejo também um despertar da vontade – talvez trazido pelo cheiro da finitude que estamos vivenciando – direcionando onde realmente se quer investir a energia da vida.

O que te trouxe até aqui precisa ser honrado. Perpetuar o que já vem fazendo é uma escolha e ratifica os passos firmes desta caminhada.

Escolher o que gostaria de abandonar, liberando o peso desta mochila que talvez não faça mais sentido neste momento da vida, traz liberdade e mobilidade.

Aventurar-se por outros caminhos com a coragem de não ter garantia de sucesso, traz a beleza do redescobrir e se deslumbrar.

Não entramos no mesmo rio duas vezes. Se o rio parece o mesmo, com certeza após viver com intensidade este último ano, você não é.

Na Lumo, promovemos “a arte do encontro”.

E você, consegue se ouvir?
Tem encontrado consigo mesmo?
Qual o seu despertar?

Por Paulo Pedote.