Emocionada com a exposição de quadros de uma amiga de infância, que finalmente tomou coragem e deu vazão à sua veia artística, dei-me conta que o que mais me entusiasma como coach, consultora e amiga é encorajar o outro a reconhecer e colocar seus talentos e paixões no mundo. De que valem incríveis ideias, quadros e poemas guardados em algum lugar, se ninguém pode admirá-los?

Ao longo da carreira, é comum nos moldarmos às competências pelas quais somos reconhecidos, sem nos perguntar ‘O que me realiza? O que me dá prazer?’. Evitamos perguntar por medo das respostas. ‘Não tenho tempo’ ou ‘Preciso ganhar dinheiro’ são respostas do nosso sabotador de plantão, que nos afasta da nossa luz.

Quantas lideranças visionárias conhecemos, reduzidas a gerir sucessivos de cortes de custos? Empreendedores natos, aprisionados a políticas corporativas? Brilhantes técnicos, frustrados com carreiras executivas?

Nas conversas de coaching, pergunto onde está aquela pessoa, reconhecida entre amigos pela sua criatividade, cultura, carisma, dom artístico, solidariedade ou humor, hoje escondida atrás de uma persona supercompetente e… fria, estressada, chata ou insossa.

Que oportunidades tenho, dentro ou fora do meu trabalho, para fazer coisas que me nutrem? Desenvolvimento de pessoas? Profundidade? Desafio? Arte? Animais? Esporte? Inovação? Se você não sabe (mais) o que te dá prazer, experimente!

Talento é o que fazemos bem, sem esforço. Realização é o que fazemos bem e nos dá prazer. Um dos frequentes problemas de carreira é nos acomodarmos com nossos talentos reconhecidos e não desenvolvermos outros, nos tornando reféns de talentos que não nos trazem mais realização.

O mundo está carente de pessoas que são inspiradoras por amar o que fazem, profissional e pessoalmente. Uma dimensão alimenta a outra. Êxito profissional é fundamental, mas ter o trabalho como única fonte de realização não é, no mínimo, saudável. Onde estão suas fontes de nutrição?

15 de fevereiro de 2022,

Por Vera Oliveira.