Junho sempre foi um mês especial pra mim, mês do meu aniversário, das festas juninas e das pausas. Estudei a infância toda em um colégio estadual, o Padre Anchieta. O dia do patrono dessa escola é comemorado no dia 9 de junho, dia do meu aniversário, um dia que sempre tinha gincana no colégio. Não importava o dia da semana, não tinha aula neste dia. Eu sempre tinha pausa das provas e estudos de final de semestre, com diversão, e eu adorava. Talvez por isso eu tenha aprendido a fazer pausas neste período. Não à toa, acabo tirando férias com frequência no mês de junho e assim foi esse ano.
Falando em pausa, essa semana tem comemoração de São João! A prática de acender a fogueira na noite de 23 para 24 de junho para celebrar São João foi trazida pelos portugueses durante a colonização. Algumas regiões do Brasil comemoram a data a semana toda ou durante o mês inteiro. Como símbolo principal da festa, a fogueira traz alguns significados, como o fogo que transforma e que protege a prosperidade das plantações, acontecimento a ser celebrado principalmente nas regiões mais áridas do país.
Já ouvi muitos dizerem: nossa, mas “parar” um mês inteiro, uma semana toda por uma festa? Não estou aqui para julgar. As pausas e celebrações têm sempre um significado, podemos nos identificar ou não. Sinto que, para muitos, parece que algo está errado quando “paramos”. Não se trata somente da cobrança do mundo exterior. A cobrança mais intensa pode ser nossa mesmo, pois se “paramos” para descansar, parece que estamos devendo pra alguém, ou sentimos culpa, já que enquanto nos divertimos, muitos trabalham.
Quando penso sobre isso, lembro que a música só existe pois tem pausa. Ritmo de trabalho é fundamental, mas dormir, descansar e tirar férias também. É na boa noite de sono e na pausa que o real aprendizado acontece. Uma vez li que pausa é ação, mas uma ação interna. O músico quando está em pausa, está muito ativo, não está descansando.
Eu já voltei das férias, mas estava precisando “parar”. E você, como andam os seus momentos de pausa?
Por Juliana Ordonhes,
21 de junho de 2022.