Nestes tempos de crise, como em vários outros que experimentamos, temos centenas de exemplos e contraexemplos do que é ser humano.

Uma das cenas que mais me sensibilizou nestas últimas semanas, foi o atendimento a um paciente no chão de um hospital por falta de leito. A foto mostrava a enfermeira exausta e traduzia a sua dor por não poder ajudar mais, no limite do impossível. Um esforço que, muitas vezes, dizemos ser “sobre-humano”… será?

Acredito que este é o nosso caminho. Claro que ainda estamos bem longe deste comportamento se tornar uma realidade como humanidade, mas acho que são estes exemplos do humano. São estes pequenos grandes atos que alimentam minha crença, puro ser humano em liberdade servindo a um propósito maior.

O que é este humano? O que é praticar isso na vida, no dia a dia, nas organizações?

É sobre humano parar para escutar o outro, reconhecer erros, buscar seu contínuo desenvolvimento, mostrar que se importa. É sobre humano não se conformar, não se acostumar, não automatizar. É querer estar junto, ter encontros, dar um abraço.

E na época em que não devemos dar abraços, dar meu tempo no vídeo ou no áudio.

É sobre humano fazer a pergunta de como você está e parar para escutar, é contar suas histórias e ouvir as dos demais, mesmo que pela vigésima vez.

É sobre humano saber que pouco sabemos e encarar a vida como um eterno aprendiz, pois a experiência do aprendizado começa do assombro, do espanto. Sair da hiper aceleração que nos leva a perda do sentido.

É saber o momento de seguir e o de parar, ter ritmo e se permitir encantar pela vida e zelar por ela, em todas as suas manifestações. Citando Nise da Silveira, “há beleza na vida, há beleza em tudo. Vocês veem?”

É sobre humano buscar uma vida virtuosa, aprender a colocar a coragem onde ela tem que estar. É fazer as escolhas diárias, atentos ao que acontece ao redor. Há quem seja capaz de grandes feitos, mas todos somos capazes de pequenos feitos e que também transformam vidas.

Qual seu exemplo sobre humano de hoje?

 

06 de abril de 2021,

Por Silvia H. Magalhães.