Ah, o espírito do tempo… Começo citando um pensamento que está ressoando há algumas semanas: “Nada é mais poderoso do que uma ideia, cujo tempo chegou”.
Escrita no século XIX pelo poeta francês Victor Hugo, ela tem me ajudado a refletir sobre as oportunidades que o tempo revela quando você está em sintonia com um pensar genuinamente livre e envolvido com a essência da nossa própria existência.
Filosófico demais? Então, vamos lá criar uma ponte para conectar este pensamento com um dos dilemas atuais das lideranças no Brasil e no mundo: ESG (Environmental, Social and Governance), a sigla que está em alta e que consolida ideias, iniciativas, mudanças e aspirações que vêm amadurecendo desde a década de 80! Some-se a este contexto, os investimentos de impacto, voltados para a resolução de desafios concretos da humanidade, de forma intencional e mensurável. São ideias, cujo tempo chegou…
E chegou pelo esgotamento de um modelo que não se sustenta mais, em nenhuma das dimensões do seu tripé, seja ambiental, social ou de governança. Não sou especialista em nenhuma dessas dimensões, apesar de atuar proativamente na agenda de governança nos últimos 15 anos. No entanto, eu lido com gente todos os dias nas organizações.
E é exatamente este ponto que eu gostaria de ressaltar, com uma lente otimista, de quem acredita na capacidade infinita de realização do ser humano.
O que faz a diferença para consolidar mudanças, alinhadas aos desafios do ESG? O que é necessário para assegurar a evolução, permitindo que as organizações estejam conectadas com o seu tempo? Como revelar o propósito de uma organização, em sintonia com o desejo de gerar impacto concreto no mundo?
Dilemas que apontam para a mesma direção: atitude das pessoas, em especial, da liderança. A atitude da liderança dá o tom, estimula, inspira, engaja, impulsiona. Atitude que vem de dentro, da convicção de que é necessário avançar, dar passos significativos, medir, ajustar, melhorar e dialogar.
Está aí um belo começo. Tenho fé.
30 de março de 2021,
Por Carla Barretto.