Há anos, um executivo que eu atendia como coach chegou para a sessão agitado, atropelando a fala, ofegante, confuso em e com raiva.

Estava com dificuldade até de ouvir as minhas perguntas. Temia que ele fosse ter um ataque ali mesmo. Inspirada pelo que aprendi, pedi licença: “Posso lhe ensinar algo que me ajuda?”. Ele aceitou e praticamos a respiração consciente 1:2: “Inspira em 2, expira em 4 tempos…”.

A tranquilidade veio, a sessão mudou. Ele passou a usar este recurso para se preparar para reuniões, conversas difíceis, no carro ou durante os eventos. Os processos de coaching dele também mudaram.

Tempos depois, com meu marido no shopping, encontramos o executivo. Ele disse: “Ela mudou minha vida, me ensinou a respirar”. Quem mudou foi ele, claro, e fiquei feliz em ouvir! 

Ensinar a respirar, como? Inspiramos pela primeira vez ao nascer e a expiração é o nosso último ato. No entanto, podemos passar a vida sem prestar atenção ao respirar. É dizer: não prestamos atenção à vida que nos embebe, correndo na gente. E podemos, sim, aprender a respirar com consciência e isto muda as coisas.

Estamos vivendo a maior crise de nossa existência, de saúde física e mental, econômica, de convívio, afeto, confiança, de tranquilidade de alma e lucidez. Nossa ação também é desafiada: o que fazer com isto? Acredito que aprender a “pôr atenção e intenção na respiração” pode mudar a vida, de uma forma simples, rápida e acessível – e, assim, também criar ambientes sociais e organizacionais mais saudáveis.

Para aprender mais sobre a respiração consciente e a meditação, recomendo que você acesse, no site da Lumo, o meu trabalho de conclusão da pós-graduação em Yogaterapia, intitulado “Vamos respirar? Respiração consciente para promoção do bem-estar e da presença no ambiente profissional e no coaching”. Ele foi inspirado por esta experiência e pelo executivo, a quem agradeço imensamente! 

 

08 de junho de 2021,

Por Paula T. de Saboia.