Em muitos momentos, durante a pandemia, vi-me olhando pela janela em silêncio. Fora do ambiente, poucos veículos e pessoas passando, e dentro de mim, ficava buscando respostas em relação ao porquê estava acontecendo e uma curiosidade de quando esta situação seria transformada.
Depois de mais de um ano, alguns questionamentos continuam, principalmente em relação ao futuro. Independentemente da origem e dos porquês da pandemia, as incertezas em relação aos próximos passos ainda são fortes.
O barulho externo quer voltar com toda a força e, apesar das restrições, a vida quer movimento. O que adianta ter passado por isso tudo se buscamos as mesmas respostas e continuamos com os mesmos anseios?
Muitas organizações seguem seus planos mirabolantes de crescer indefinidamente e ganhar mercado e, com isso, exigem de seus colaboradores uma velocidade e dedicação mais insanas do que antes.
Aproveitando-se de uma (talvez) maior eficiência dos ambientes virtuais, a reflexão deixa de existir e as decisões se tornam mais imediatas e superficiais. Comemoramos estes fatos como conquistas! Mas, o quanto os silêncios de meditações, contemplações e visualizações nos ajudariam em soluções criativas? O quanto nos uniríamos, percebendo que o nosso íntimo é semelhante ao de outras pessoas? E o quanto minimizaríamos a solidão?
Tive uma experiência em um voo de balão que me deixou a sensação de plenitude e possibilidades. O silêncio e a calma de ver o mundo abaixo me ampliou o olhar e o desejo de equilíbrio. O som do silêncio me ajudou a encontrar uma paz que necessitava para tomar boas e novas decisões.
O quanto você fica em silêncio, escutando a paz que busca tanto?
01 de junho de 2021,
Por Selim Nigri.