Estas Olimpíadas me brindaram com horas de transmissão e vários debates sobre os mais variados esportes com familiares e amigos. Também me fizeram refletir sobre o que esta experiência tem em comum com as dinâmicas das organizações em que atuamos.

No conforto do meu sofá, admirei e critiquei a performance dos atletas, sem entender muito bem as regras e histórias de cada pessoa. E nas ? É comum criticarmos o que está acontecendo, resistindo a sair da zona de conforto, para construir, em conjunto, um novo caminho.

As belas medalhas valorizam muito o pódio, com os três primeiros de cada esporte, mas o sonho de todo atleta é um dia fazer parte de uma edição dos Jogos Olímpicos. Este ano, mais de 11 mil atletas tiveram este privilégio e seguimos endeusando apenas o pódio, assim como em algumas organizações valorizamos excessivamente o Top Management, renegando o valor dos demais colaboradores e a sua interação.

O descontrole emocional do esplêndido Djokovic, que ficou “apenas” com o 4º lugar me lembrou o alto grau de exigência das empresas nos famosos ciclos de desempenho. Sempre é esperada altíssima performance e, em um ano que não “acontece”,  pode ser mortal em uma cultura “up or out”.

A felicidade do Bruno Fratus, medalha de bronze nos 50m livre após a prova foi ímpar. A alegria da última colocada na maratona aquática, Souad Cherouati, primeira argelina a competir neste esporte, foi contagiante. Como auxiliar os indivíduos nas organizações a também se conectarem com o que lhes dá significado?

Aprendemos a amar Rebeca Andrade, que nos encantou com sua performance e simpatia. Assistimos suas entrevistas com máscara e adoramos a forma como sorri com os olhos. Mesmo em home office, o quanto estamos atentos e antenados para ler e nos conectar com quem interagimos?

Nas Olimpíadas e nas organizações, existem diversas narrativas para o mesmo fato. Esta é a minha expressão, influenciada pelo que vivi e senti nestes dias. Que tal ficarmos atentos às diferentes perspectivas e ofertas que recebemos continuamente?

 

10 de agosto de 2021,

Por Paulo Pedote.