Quando eu estava em situações de incerteza e ansiedade, perguntando-me se algo daria certo, se eu seria escolhida para uma posição, aceita na faculdade que eu queria para meu MBA ou para o projeto que mais desejava participar, meu pai sempre vinha com esta frase: “o que é do homem, o bicho não come”. Expressão estranha, mas que me trazia certa tranquilidade.

Olhando em retrospectiva, esta frase tratava justamente do tema que mais falamos hoje com indivíduos, grupos e organizações: confiança. Neste caso, confiança na vida e na força de um sonho. O sentimento de que há algo ali que é para mim, algo que nasce de um desejo profundo de conquista e de realização. Não que tudo tenha sempre funcionado exatamente como eu havia pensado, mas sim, funcionou no que era essencial e trouxe novas amizades, experiências memoráveis e muito aprendizado. Era como sentir uma leve impressão na alma de que as coisas iriam se resolver e que eu não estaria só.

Hoje, quando olho ao meu redor, vejo muitos que olham para a vida à frente sob a lente do medo, da dúvida e até do ódio. Forças que nos isolam e paralisam, forças que nos diminuem, mascaram nosso potencial como indivíduos e como humanidade. Se a gente se entregar a estas forças, realmente não há futuro. As possibilidades estão por aí, às vezes só demoramos para enxergá-las. É preciso revelar os sonhos e algo que ajuda é começar a falar mais sobre eles, nem que seja para você mesmo. Investir tempo em acalentar seus sonhos, colocar suas intenções em algo verdadeiro, já é o primeiro passo para a realização.

Quais são os seus sonhos? O que você ainda quer realizar?

Como inspiração, cito Ariano Suassuna: “Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos e os pessimistas são amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo.”

Por que não?

 

28 de julho de 2021,

Por Silvia H. Magalhães.