A preguiça, um dos sete pecados capitais mais citados, inunda vários momentos do nosso cotidiano. Muito já se falou de quanto a tecnologia facilita o não levantar da cadeira ou do sofá. E o quanto a nossa vontade fica atrofiada ao deixarmos as máquinas fazerem o que poderíamos fazer com mãos e pernas, ainda que consigamos resultados mais eficientes.

Porém, gostaria de colocar a preguiça em outro lugar. A preguiça como uma indisposição para o sentir, pois é a nossa dificuldade de acessar e manifestar os nossos sentimentos que nos deixa distantes uns dos outros e das possibilidades de desenvolvimento.

Nas principais mudanças organizacionais, ouvimos a expressão “que preguiça!”. Preguiça de repetir a mensagem, de ter que confrontar uma ideia, de provar argumentos. Como é complicado lidar com os limites – nossos e das outras pessoas – com as diferenças de opinião e com os encontros! Queremos nos anestesiar para não encarar as “dores do processo” e este isolamento só nos deixa estagnados, impossibilitados de desatar os nós que ficam em nossos corações e gargantas – e, claro, mais autômatos.

Ser vulnerável é diferente de ser fraco. Ao contrário, é expressar o que sentimos que revela a humanidade que há em nós. O divino que existe em cada pessoa. A força que supera as adversidades.

Sai da frente, preguiça! Xô!

 

17 de agosto de 2021,

Por Selim Nigri.